07 setembro 2009




Ser Poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca

Hoje lembrei-me deste poema da Florbela Espanca, que é tambem uma canção dos Trovante cantada pelo Luís Represas.

TROVANTE



Os Trovante começaram no verão de 1976 em Sagres, quando um grupo de amigos (João Nuno Represas, Luís Represas, Manuel Faria, João Gil e Artur Costa) se juntou para fazer música.

Em 1977 gravaram o seu primeiro disco Chão Nosso, com uma forte componente política e tradicional portuguesa. No ano seguinte lançaram Em Nome da Vida, um disco que os confirmou importantes na música de intervenção. A partir de 1980 o grupo concentrou-se mais na vertente tradicional, tendo os seus elementos estudado no Hot Club de Portugal. Como resultado, o inédito disco Baile no Bosque foi um enorme sucesso comercial. Em plena explosão do Rock em Portugal, os Trovante sobressaíam paralelamente. Para a história ficaram Balada das Sete Saias e Outra Margem. Fernando Júdice e António José Martins entraram para a banda que passou então a ter sete elementos.

Em 1983 o álbum Cais das Colinas, com o célebre tema Saudade contou com José Salgueiro mas já não com João Nuno Represas. Em 1984 lançaram 84, um disco que contém Xácara das Bruxas Dançando e Travessa do Poço dos Negros. Em 1986 surgiu Sepes que deu continuidade a espetáculos de grande sucesso.

À sombra dos Trovante tinham, entretanto, surgido outros projectos como os Charanga com o disco Aguarela e Mafalda Veiga com Pássaros do Sul, podendo até falar-se no trovantismo e no pós-trovantismo, tal a importância que o grupo adquiriu. O álbum Terra Firme com os temas Perdidamente (letra de Florbela Espanca) e 125 Azul foi já um trabalho assumidamente pop esbatendo as referências mais tradicionais. Em 1988 a banda arriscou uma superprodução no Campo Pequeno resultando num disco ao vivo que se tornou platinado. Em 1990 o grupo editou o seu último trabalho de estúdio Um Destes Dias com o grande êxito Timor, que foi todavia mal recebido pela crítica levando os Trovante à sua última digressão antes da dissolução definitiva. Luís Represas e João Gil foram os mais bem sucedidos nas posteriores carreiras.

A 12 de Maio de 1999, nas comemorações dos 25 anos da revolução de Abril de 1974, o Presidente da República Jorge Sampaio convidou os Trovante à sua reunião para um espectáculo de duplo disco e emissão televisiva a partir do Parque das Nações.

Pela segunda vez desde a separação, actuaram juntos a 12 de Outubro de 2006, no Campo Pequeno, em Lisboa, a convite do Montepio Geral.

pt.wikipedia.org/wiki/Trovante

Sem comentários: